A lua bateu
a brasa do cigarro
Derrocando o
sol
E lambeu-me
libélula ditame
Tecendo-se,
ela, laranja-prata nu
Crua manha
no estertor da hora desce
Vai ela, lua,
e seu enxame de estrelas ímãs
Perpetrar o
adiante diamante
Caravana que
parte em direção
Aos corações
trambulhentos
A lua,
culpada ela
Retirou-me o
que tinha de ingênuo
E me deixou
nu, no meio da rua, para o resto da vida
Para o resto
da vida, caravana
Vamos nos
ater
Aos incêndios refratando almas almíscar
Às putas
revirginizadas, transluzidas
Ao anoitecer
deixando de ser máscara
Ao
desajustado de mim aparecendo nostálgico nos penhascos
À lua como
imperfeita possibilidade de lar
Segue em
caravana, culpada ela
E tomo o
prata viajandeiro
Os olhos
imensos da lembrança
O perfume
das pernas lâminas
As vísceras
da transgressão silenciosa
O lado
oculto bérbere do esperar
Esperar
dentro do nada
Sim, passa a
lua, passam silhuetas , passam corsários,
Passam
irmãos, passam os cães, passa a animália, passa a carga
Passam,
passam, passos
Nômade
natureza achacada e sem âncoras
A lua, culpada ela
A lua,
caravana
Maio/12
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