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BREVE CONVOCAÇÃO PELA ELIMINAÇÃO DO DINHEIRO
Alvaro Nassaralla
25/ago/15
e a tarde, as coisas, o mundo
caminham paralelos
num universo caótico de calma.
A eternidade trava sentido
na mentira que é o capital.
Só o amor está em todas as sementes
suficientes para tratar a covardia
e o despropósito do lucro sem fim.
Proponho agora e em alto e bom tom
a abolição do sistema financeiro:
sejamos de cavar a matrix
em sua essência
e indecência
e buscar que não mais existam escravos em nós.
Só pelo exemplo,
as veredas que calham na afluência dos rios maiores
provam que tudo é invenção
aceita para acelerar o preço do espírito
Quanto a mim, estou.
As folhas secas do inverno desmancham-se em promissão,
trabalham para a terra e para o futuro.
O sol é tão limpo.
Parece mentira
as montanhas vestidas num manto cor de fumaça amarela.
No fim do horizonte
rasgo o sândalo carregado de solidão
ocre, doce e cheiro de terra quente.
– Veja: as orquídeas 'chuva de ouro' são sempre espalmadas:
estão prontas.
Lembro-me do garoto que caminhava olhando para o céu
no único caminho que leva para algum lugar
e aquele garoto era anúncio da mudança,
prometido em tardes fugitivas desdobradas
pelas cirandas e beijos de girassóis.
De mãos dadas,
as infâncias deveriam estar em órbita
vigiando massacres e o poder da ganância,
porque o amor é antônimo de escassez.
Entendo agora quanto e como cintilantes somos
e que existe uma luz
para que expulsemos
os rastros do capital:
é só deixarmos todos de acreditar nele!
O poder está conosco.
O sonho é o mais abundante recurso.
O verdadeiro dinheiro é o que não pode comprar.
As apostas estão abertas
e é o sol quem nos espera.