terça-feira, 24 de julho de 2018

Maremoto

Ao que tudo indica,
serei novamente dono da dor
ou a dor dona do meu verso,
dos meus dias: até quando?

Deve ela desaparecer o quanto mais rápido
mas não posso negar que se me consome em desespero,
sou em quem devo esperar
até que ela se decida por nova trégua,
nova légua caminhar de mim para longe,
ter-se nuvem a espraiar nos confins dos maremotos.

Moto de vida, contínuo de estar,
constar subvivo de espécie, 
respiração do anjo que sente junto,
está para a ordem do dia
correr e desaparecer paradeiros. 


A. Nassaralla
25/07/18