quarta-feira, 8 de abril de 2015

DE LESTE A OESTE, OS MAIS BELOS


Leste oeste
Parte primeira das saudades animais,
Outono
Parte resposta para quem procura dúvidas.

Poetas são ovelhas negras
Viciados em lua e paisagens solidões:
A antessala das desolações
Assim como o outono entra triunfante e vadio
Nos pátios e
Escorrega úmido pelos muros.

Leste oeste dos afagos e trocos
Sem parar para a chuva,
Para as pedras molhadas.

Já é outono!

Dançar livre daqueles mais lindos olhos que já vi.
Acordar e a colheita orvalhadeira
Madrugada linda do negro dos seus olhos, mais lindos
Impossíveis de profundos
Intragáveis de belos
Mistura de mato e cidade.

Leste oeste tamareiro,
De lua de quem vai falar o que não devia.
Atreve-se poeta
Aquele que ficou cantando o que não devia
Por causa dos mais belos negros olhos de fêmea
Desejo perfeito como o sol saindo do mar
Festa de cores no mar resistindo
As cores do céu malabarista da madrugada
O pedaço de céu do lado da noite.

A outra parte era você e seus solares olhos negros
Teciturando o interno de minhas veias
Quando no dia em que me vi inteiramente novo,
E já não era mais criança
E só na sua pele de azeite
Nas faíscas e nas alturas
E eu já não era mais a criança
Como sentir aquela confusão
Confissão de outono como colheita sem madurar
Chupar o azedo doce do fruto do café
Café da cor dos olhos mais lindos que já vi.
E amei.

A. Nassaralla
25/março/13


Um comentário: