Luarada:
cargas
passam
e oriente
desde já.
Para que
confessar o que já está tão acordado?
Somos os
derrubadores de paredes,
os sinos
dobrados anunciando passarinhos.
Morar no
mundo é como bater asas de cristal
onde as
telas mais belas,
o deserto
faz ao entardecer.
E quando a
lua sobe e refresca
os olhos com
seus cavalos de brilho,
e os lábios
da fêmea
com pequenas
palavras do gosto do damasco vêm nos acariciar,
é que
podemos ser livres e caminhar na cidade abundante do instinto:
lastro de
ouro passará à tramas laminadas de orvalho.
Lua
luaradara
encaminhando o novo mundo
que pede à
justiça, o argumento igualitário
arrombando
portas,
o que de
saída a bússola não mostra.
Somente o
luaradaral,
pomar de
luas novas, brotará contra
as farsas e
dará ao homem que toma, sementes
de vento e
de romã morena,
para que
ele, em sua sede, horizontado
de
ganâncias,
possa cair
por si mesmo:
porque se
ele aniquila a quem também ele mesmo explora,
só restará
explorar a si, moto contínuo
até sumir
inteiramente.
Mas pior do
que o homem que toma,
muito pior,
e como coiote à espreita da carniça,
é aquele
homem que, entre nós, por pura covardia,
justifica e
defende o homem que toma…
Luaradaral,
luaradaral!
Pomar de
luas novas!
Dois pesos e
duas medidas,
isso um dia
vai acabar.
Luaradaral,
luaradaral!
Pomar de
luas novas!
Quem defende
o homem que toma
vai cair na própria
armadilha.
Luaradaral,
luaradaral!
Pomar de
luas novas!
Fanfarreie
homem que defende o homem que toma:
as luas novas já estão por aí!
As novas
luas!
06/nov/13
Álvaro
Nassaralla
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