sexta-feira, 17 de julho de 2015

Tavinho Paes continua totalmente demais


Dupla de livros lançados em junho de 2015

 
Tavinho Paes, poeta multimídia e letrista de músicas como Radio Blá (gravada por Lobão) e Totalmente Demais (gravada por Hanói Hanói), lançou mês passado seu novo livro de poesias. Aliás, livros. É uma dupla de livros chamados 'O motor' e 'Compacto'.

Agora vou deixar apenas um trecho de 'O motor'. Depois faço mais comentários. De antemão, recomendo! 

"Sou eu quem transforma a paixão da sua vida no amor da sua morte / eu tenho a foice que há de cortar sua cabeça na hora em que não lhe for mais possível escapar do cadafalso /embaralho suas ideias cretinas, confundo seus sentimentos pela minha pessoa e aprofundo sem limites o seu medo por tudo que lhe for desconhecido / sei me desviar das flechas do cupido que lhe engana / se me quiser para orgias do sexo mais sujo e perverso que você possa imaginar, saiba que só me terá se me associar a um pecado para o qual não haja desculpa nem um perdão que possa ser aplicado / eu sou a cela da cadeia que lhe aguarda, uma masmorra tão transparente quanto a tampa da tua privada, eu sou o seu hospício, a sua camisa-de-força, seu sarcófago apertado".


Tavinho Paes
O Motor

 
O poeta

Para finalizar, fiquem com essa brilhante análise que Tavinho me enviou:

"São dois livros sobre o mesmo assunto: uma "paixão" vivida em tempo real por alguém (mais real impossível) que virou um "amor" e que, por contingências do destino (e desequilíbrios da psique), transformou-se numa Maldição de Áquila (enquanto "amor") e numa Síndrome de Stockholm (enquanto Paixão)...

... duas PÉROLAS ... duas obras de arte (tanto o livro e seu design - desde as capas nas quais, com introdução escrita em letra de bula de remédio, traduzem uma charada filosófica; quanto os conteúdos literários, onde os poemas foram escritos para serem falados com as pausas e a respiração exatas)...

outra curiosidade é que, dependendo da ordem em que são lidos, fixa-se uma formatação para a paixão relatada e uma solução para o enigma filosófico engendrado: se no MOTOR a dualidade da Paixão versus o Amor em Platão (via Sócrates, é claro) indica que "EU TENHO DIREITO À FELICIDADE", no COMPACTO, isso é tratado pela Ditadura desta felicidade, imposta pelos padrões atuais, pós-modernos, longe das utopias, sem metafísica ou dialética: EU TENHO A OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ!"

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